"Esse blog foi editado 2009 e 2017. Não está mais em operação mas segue como arquivo de algumas de nossas reflexões sobre inovação e estratégia."
A Estratégia e o Artesanato: O desafio do consultor artesão
ago./2011 Saulo | Estrategiando

artesao

Neste final de semana estivemos, eu e meu colega Luis Edu, facilitando mais uma jornada estratégica, desta vez para uma organização com uma história fantástica de empreendedorismo, que em um pouco mais de dez anos partiu do nada para um negócio de faturamento de quase R$ 2 bilhões de reais.

Lá estávamos nós, em uma linda fazenda, com canetas coloridas, Lego, folhas e mais folhas de flip chart e brownpaper para ajudar a empresa a desenhar suas estratégias para  os próximos 5 anos.

Como consultor estamos acostumados a utilizar das mais diversas ferramentas e dinâmicas, mas quanto mais processos como este conduzo mais me convenço que o trabalho de consultor  tem muito de artesão, onde cada trabalho é único.

Os primeiros objetos feitos pelo homem eram artesanais, antes da revolução industrial tudo era artesanal, mas o artesanato foi perdendo cada vez mais espaço.  Na indústria da consultoria e da estratégia, se é que podemos chamar assim, isso também aconteceu.  Para ganhar escala é preciso ter métodos e ferramentas padronizados, capacitar os consultores em seu uso e colocá-los na linha de produção, só assim é possível crescer.

O contrassenso é que o trabalho de criação de estratégias tem muito de artesanato, aliás há toda uma corrente cada vez mais forte na academia que defende a estratégia como um grande processo de aprendizado.  Henry Mintzberg, uma dos maiores defensores dessa escola e quem melhor consagrou essa metáfora diz:

Os gestores são os artífices e a estratégia é sua argila. Como a escultora, eles situam-se entre um passado de capacidades empresariais e um futuro de oportunidades de mercado. E caso sejam artífices de verdade, levam para seu trabalho um conhecimento íntimo dos materiais que utilizam. Isso é a essência da criação artesanal de uma estratégia.

Se essa tese é verdadeira e a imagem de uma criação artesanal é a que melhor representa o processo de elaboração de uma estratégia eficaz, como defende o autor, me questiono qual será o futuro da consultoria de estratégia e me faz acreditar que estamos no caminho certo…aliás nesta semana lá estaremos nós novamente, em mais uma jornada, facilitando o diálogo estratégico de uma importante organização nacional  que quer explorar as enormes oportunidades nas crescentes classes C e D.

Esse tem sido nosso desafio na Nodal criar uma empresa que não é uma empresa, uma consultoria que não é uma consultoria, uma escola de negócios que não é uma escola…sermos apenas uma rede de artesãos da estratégia, “brincalhando” com os mais diversos ingredientes para apoiar as  pessoas e organizações a maximizar seu valor.

Aproveito para deixar nosso agradecimento aqueles que tem nos acompanhado no Blog. Um grande abraço, Saulo

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